Caros irmãos e amigos, durante o mês de Outubro não vai haver refexão semanal por motivos de disponibilidade. A próxima reflexão será a de dia 1 de Novembro que desta vez espero publicar a tempo e horas.
Em Cristo
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
20 de Setembro - Sabedoria, Justiça e Candidez
As leituras de hoje têm como propósito fazer-nos reflectir sobre a vida do Cristão e como ela se relaciona com o mundo que o rodeia. Como será que os outros vão olhar para nós? Qual deve ser a nossa atitude em relação aos outros? E mais importante, qual o papel de Deus nesta nossa relação com o mundo? Começamos aqui com uma leitura de um livro que não existe na Bíblia Protestante/Evangélica, no entanto independentemente de este livro ter tido ou não inspiração divina, podem sempre de lá tirar palavras sábias que talvez nos edifiquem.
Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas acções; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação. Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! Sua existência é uma censura às nossas ideias; basta sua vista para nos importunar. Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir.
É verdade que nós como Cristãos devemos ser uma benção para o mundo, no entanto também é verdade que nós como Cristãos somos "pequenos Cristos", e sabemos que Cristo é "o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14:6), e como já dizia o poeta romano Terêncio, "veritas odium parit", ou seja, "a verdade gera o ódio". Jesus reforça esta ideia várias vezes nos seus sermões (Mt 5:11-12, Jo 15:18). Devemos então talvez perguntarmo-nos como é que é possível que Jesus tenha sido odiado pelo mundo, sendo ele a incarnação da bondade e do amor, e depois também porque é que os seus discípulos também são odiados. Acho que basta olharmos um pouco para dentro do nosso coração para compreender isto: tal como vemos nesta leitura aqui estudada, quando nos apercebemos que existe alguém mais recto e justo que nós, sentimos inveja e até raiva por reconhecer a nossa inferioridade. A única maneira de nós nos sentirmos bem perante Deus, que é infinitamente mais justo e recto que nós, é se formos humildes e o amarmos. Isto explica o facto de que apenas aqueles que amam Deus podem desfrutar do Céu, o que vem de acordo com os ensinamentos de Jesus quando Ele diz que a condenação aos que o rejeitam é que "os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3:18-19).
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Salmo - Sl 54
É o Senhor que me sustém.
Vimos que o Cristão, sendo justo e filho de Deus, é odiado. Mas não somos nós todos pecadores? Sim, somos. Mas não é verdade que os filhos de Deus viverão na justiça? Sim, é. Devemos então perguntar-nos como é que isto acontece. O Salmo de hoje diz-nos isso: "É o Senhor que me sustém". A transformação que deve existir em todos os Cristãos provém de Deus, e portanto a nossa justiça (ou rectidão) é na realidade a de Deus que vive em nós (II Cor 5:21), de forma a que possamos ser um testemunho para o mundo através das nossas boas obras (Ef 2:10), sendo elas a manifestação do amor pelos irmãos, que é o maior sinal do Cristão (Jo 13:35).
Segunda Leitura - Tg 3:16-4:3
Vemos aqui que Tiago contrasta sabedoria com a inveja e ambição, isto é na minha opinião um sinal de que o Cristão deve ser sábio e também se interessar pela Ciência e compreensão do mundo, que é a obra de Deus (Sl 111:2), contrastando com o movimento anti-ciência e anti intelectual de algumas Igrejas que acabam por manchar a imagem dos Cristãos no mundo.
Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males. Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores. De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.
A petição é muito importante, já que a oração do Senhor, conhecida comummente como o "Pai Nosso" está cheia de petições a Deus, pois isso é uma forma de relação com Ele. No entanto devemos pedir no Espírito e em nome de Jesus (Jo 14:14). E isto não significa simplesmente acrescentar "peço isto em nome de Jesus" no final de cada oração, mas sim pedir também um pouco como Jesus pedia. E como é que Jesus pedia? Jesus pedia principalmente para benefício dos outros e para a glória de Deus, e é também importante lembrar que estes dois conceitos não estão em conflito directo como muita gente por vezes pensa, mas complementam-se uns ao outro: Deus glorifica-se no amor e bem que trás ao homem, que por sua vez amando Deus pode receber proveito de contemplar a Sua glória, glorificando assim Deus. Podemos ver exemplos destes temas nas petições e milagres de Jesus no episódio de Lázaro (Jo 11:40-42), na cura dos doentes (Mt 14:14), e claro da sua oração quando enfrentava a morte (Lc 22:41-44)
Evangelho - Mc 9:30-37
Eles saíram daquele lugar e atravessaram a Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde eles estavam, porque estava ensinando os seus discípulos. E lhes dizia: "O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e três dias depois ele ressuscitará". Mas eles não entendiam o que ele queria dizer e tinham receio de perguntar-lhe. E chegaram a Cafarnaum. Quando ele estava em casa, perguntou-lhes: "O que vocês estavam discutindo no caminho?" Mas eles guardaram silêncio, porque no caminho haviam discutido sobre quem era o maior. Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos". E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: "Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou".
Finalmente vemos abordada a condição de ser criança, que nos lembra a condição do homem antes da queda e corrupção, que procura sem malícia e os seus pedidos são precisamente no espírito que Tiago acima descreveu, Jesus aqui também nos fala da natureza do próprio Deus, Pai bondoso e amoroso, pois Ele elege as crianças como os principais exemplos para os habitantes do seu Reino.
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