domingo, 7 de dezembro de 2014

Podemos confiar na Bíblia? - Fiabilidade Textual

Estamos no tempo do Advento, em que se preparamos para a chegada do Senhor, mas porque devemos nós confiar na mensagem Bíblica? Neste primeiro artigo começarei por examinar as questões que se prendem com a fiabilidade textual do Novo Testamento.

Certos eventos relatados na Bíblia são quase Universalmente aceites como terem acontecido,  mesmo pelos historiadores mais cépticos. Entre estes eventos está por exemplo a crucificação de Jesus, como diz o famoso historiador céptico Bart Ehrman, em várias das suas obras:

“De qualquer forma, o relato de Tácito confirma o que sabemos de outras fontes , que Jesus foi executado por ordem do Governador da Judeia, Pôncio Pilatos.” -  Bart Ehrman, The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings, Oxford University Press, 2000], p. 197

O que eu penso que podemos dizer com alguma confiança é que Jesus realmente morreu, ele provavelmente foi sepultado, e que alguns dos seus discípulos afirmam tê-lo visto vivo posteriormente. De entre aqueles que fazem esta afirmação, interessantemente estava o próprio irmão de Jesus, Tiago, que veio a acreditar em Jesus e pouco tempo depois se tornou um dos principais líderes da igreja Cristã primitiva.” - Bart Ehrman, Jesus, Apocalyptic Prophet of the New Millennium, [Oxford University Press US, 1999], p.229

No entanto existem outros acontecimentos, os chamados de mais fantásticos como os milagres, que estes autores descredibilizam. Irei dedicar um artigo inteiro a discutir a Ressurreição, mas neste quero apenas focar-me na Bíblia em geral: porque devemos ter alguma confiança nesta colecção de livros escritos ao longo de séculos e cujos mais recentes têm perto de 2000 anos de idade?

Em primeiro lugar, nós temos boa evidência de que o texto não foi corrompido. Talvez o leitor pense que os manuscritos mais antigos que temos são muito recentes e poderiam facilmente ter sido forjados pela Igreja na Idade Média ou até mesmo quando no tempo de Constantino Roma se converteu, mas isto não é verdade. Note-se que possuímos neste momento cerca de 24000 cópias de manuscritos do Novo Testamento, e como se isso não bastasse temos também em nossa posse aproximadamente 86000 citações pelos primeiros Cristãos. Mesmo que não possuíssemos nenhum manuscrito do Novo Testamento, apenas com base em citações ao longo de 150-200 da Igreja Primitiva seria possível reconstruir todo o Novo Testamento, com excepção de apenas 11 versos!

Podemos pensar que as variações entre estes textos são de grande proporção. Isso é verdade em número mas não em qualidade: existem cerca de 150000 variações, no entanto 99% destas são insignificantes, como troca na ordem de palavras (exemplo escrever Jesus Cristo ao invés de Cristo Jesus) ou desaparecimento de uma letra (por exemplo escrever “letr” em vez de “letra”) sem que se altere o significado do texto.

Quando existem realmente variações maiores, estas nunca tocam em nenhuma doutrina essencial do Cristianismo, como a divindade de Cristo ou a Ressurreição, nem em nenhum mandamento essencial.
Mas talvez o leitor neste momento se esteja a perguntar: “muito bem, eu não sei muito sobre o método histórico e não tenho noção de se estes números para a Bíblia indicam ou não um texto histórico fiável, quero saber como se sai a Bíblia em comparação com outros textos históricos antigos”. Fico muito contente se o leitor estiver neste momento a considerar esta questão, pois Deus criou o mundo de tal forma que a Sua Palavra é realmente o texto histórico mais fiável que temos, com números que nem se comparam com os de outros documentos!

Observe a seguinte tabela (Josh McDowell, Evidências que provam um veredito, Thomas Nelson Publishers, 1999):


Repare-se bem na esmagadora superioridade do Novo Testamento contra os textos seculares, não em cópias, mas também em número de manuscritos!

Concluímos assim que temos boas evidências de que os textos do Novo Testamento que chegam hoje aos nossos dias estão muito perto (ou idênticos), àqueles que foram escritos originalmente. Mas será isto suficiente para crermos na Bíblia? O próximo artigo oferecerá a resposta a essa questão.

Note-se que algumas das informações e ideias usadas neste artigo foram retiradas das seguintes fontes:


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