Estamos no tempo do Advento, em
que se preparamos para a chegada do Senhor, mas porque devemos nós confiar na
mensagem Bíblica? Neste primeiro artigo começarei por examinar as questões que
se prendem com a fiabilidade textual do Novo Testamento.
Certos eventos relatados na Bíblia são quase
Universalmente aceites como terem acontecido, mesmo pelos historiadores mais cépticos. Entre
estes eventos está por exemplo a crucificação de Jesus, como diz o famoso historiador
céptico Bart Ehrman, em várias das suas obras:
“De qualquer forma, o relato de
Tácito confirma o que sabemos de outras fontes , que Jesus foi executado por
ordem do Governador da Judeia, Pôncio Pilatos.” - Bart Ehrman, The New Testament: A
Historical Introduction to the Early Christian Writings, Oxford University
Press, 2000], p. 197
O que eu penso que podemos dizer
com alguma confiança é que Jesus realmente morreu, ele provavelmente foi
sepultado, e que alguns dos seus discípulos afirmam tê-lo visto vivo
posteriormente. De entre aqueles que fazem esta afirmação, interessantemente
estava o próprio irmão de Jesus, Tiago, que veio a acreditar em Jesus e pouco
tempo depois se tornou um dos principais líderes da igreja Cristã primitiva.” -
Bart Ehrman, Jesus, Apocalyptic Prophet
of the New Millennium, [Oxford University Press US, 1999], p.229
No entanto existem outros
acontecimentos, os chamados de mais fantásticos como os milagres, que estes
autores descredibilizam. Irei dedicar um artigo inteiro a discutir a
Ressurreição, mas neste quero apenas focar-me na Bíblia em geral: porque
devemos ter alguma confiança nesta colecção de livros escritos ao longo de
séculos e cujos mais recentes têm perto de 2000 anos de idade?
Em primeiro lugar, nós temos boa
evidência de que o texto não foi corrompido. Talvez o leitor pense que os
manuscritos mais antigos que temos são muito recentes e poderiam facilmente
ter sido forjados pela Igreja na Idade Média ou até mesmo quando no tempo de
Constantino Roma se converteu, mas isto não é verdade. Note-se que possuímos
neste momento cerca de 24000 cópias de manuscritos do Novo Testamento, e como
se isso não bastasse temos também em nossa posse aproximadamente 86000 citações
pelos primeiros Cristãos. Mesmo que não possuíssemos nenhum manuscrito do Novo
Testamento, apenas com base em citações ao longo de 150-200 da Igreja Primitiva seria possível
reconstruir todo o Novo Testamento, com excepção de apenas 11 versos!
Podemos pensar que as variações
entre estes textos são de grande proporção. Isso é verdade em número mas não em
qualidade: existem cerca de 150000 variações, no entanto 99% destas são
insignificantes, como troca na ordem de palavras (exemplo escrever Jesus Cristo
ao invés de Cristo Jesus) ou desaparecimento de uma letra (por exemplo escrever
“letr” em vez de “letra”) sem que se altere o significado do texto.
Quando existem realmente
variações maiores, estas nunca tocam em nenhuma doutrina essencial do
Cristianismo, como a divindade de Cristo ou a Ressurreição, nem em nenhum
mandamento essencial.
Mas talvez o leitor neste momento
se esteja a perguntar: “muito bem, eu não sei muito sobre o método histórico e
não tenho noção de se estes números para a Bíblia indicam ou não um texto
histórico fiável, quero saber como se sai a Bíblia em comparação com outros
textos históricos antigos”. Fico muito contente se o leitor estiver neste momento a considerar esta questão,
pois Deus criou o mundo de tal forma que a Sua Palavra é realmente o texto
histórico mais fiável que temos, com números que nem se comparam com os de
outros documentos!
Observe a seguinte tabela (Josh McDowell, Evidências que provam um
veredito, Thomas Nelson Publishers, 1999):
Repare-se bem na esmagadora
superioridade do Novo Testamento contra os textos seculares, não em cópias, mas
também em número de manuscritos!
Concluímos assim que temos boas
evidências de que os textos do Novo Testamento que chegam hoje aos nossos dias
estão muito perto (ou idênticos), àqueles que foram escritos originalmente. Mas
será isto suficiente para crermos na Bíblia? O próximo artigo oferecerá a
resposta a essa questão.
Note-se que algumas das informações
e ideias usadas neste artigo foram retiradas das seguintes fontes:
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