No artigo anterior, mostrei que o
nosso Portugal não é Cristão em credo, ou seja, que a maioria das pessoas não
crê nas doutrinas Cristãs. Muita gente pode dizer: mas o que interessa isso, se
formos boas pessoas? A questão é que o que acreditamos muda muito quem somos. A
ideia de que alguém pode ser um Cristão só em credo, ou seja, apenas acreditar
nas doutrinas Cristãs, mas não o reflectir na sua vida, é errada, pois a fé sem
obras é morta (Tg 2:26).
Se alguém realmente acreditar no seu coração que Jesus é o Senhor (Rm 10:9), que veio ao mundo morrer pelos nosso pecados (1 Cor 15:3), para nos dar
a vida eterna (Jo 3:16), que nos comanda para amarmos o próximo como a nós
mesmos (Mt 22:39), e que diz que seremos seus amigos se fizermos o que nos
manda (Jo 15:14), e que ainda nos diz que Ele é cada um desses mais
pequeninos que precisam de ajuda (Mt 25:40). Se em Portugal fosse realmente
Cristão, que mudanças esperaríamos na sociedade?
- Não haveria fome nas ruas porque todos dávamos aos pobres, porque víamos Jesus em todas as caras (Mt 25:31-46)
- Não haveria adultérios nem traições (Dt 5:18)
- Não haveria mentiras (Dt 5:20)
- Chegar a um cargo alto seria encarado como uma oportunidade de servir e não de ser servido, e portanto não haveria demagogia e a política seria honesta (Mt 20:27)
- Trataríamos melhor os animais, porque Deus comandou que tratássemos bem da criação (Pr 12:10)
- Deixaria de ser motivo de orgulho para um homem ser um “garanhão”, e portanto haveria menos machismo, menos desgostos de amor e menos objectivação das mulheres (Mt 5:28), note-se que luxúria consiste na objectivação de outra pessoa para obter prazer
- Não haveria guerras, porque o amor não deseja o mal do próximo (Rm 13:10)
- Abusos de substâncias destruidoras do corpo humano não seriam usadas e haveria muito menos crime, delinquência e as pessoas seriam mais saudáveis (2 Cor7:1)
- As pessoas iriam desfrutar do vinho, que é uma dádiva de Deus, de maneira controlada, havendo por exemplo muito menos acidentes (Sl 104:14-15, Ef 5:18)
- Inveja, malícia, cobiça, luxúria seriam inexistentes (Gl 5:19-21)
- Não haveria objectificação de pessoas, nomeadamente através de pornografia ou prostituição (1 Cor 6:13)
- Não haveria racismo (Gl 3:28)
- Ao contrário do que muitos pensam, as relações seriam mais abertas: como não existia o sentido de ser garanhão, um homem podia dizer a uma mulher abertamente que a amava sem “jogar o jogo da sedução”, que hoje em dia consiste em fazer a mulher pensar que a desprezamos para que ela comece a sentir uma paixão por nós. Desta forma, os casamentos seriam mais cedo e sempre em amor. (Ef 5:25)
- Para além de haver menos gente na prisão, os que lá estavam iam ser ajudados e reabilitados porque neles vemos Jesus. (Mt 25:36)
- Ninguém iria deixar os seus pais sozinhos a morrer na velhice, porque honraríamos pai e mãe até morrer. (Dt 5:16)
- Embora possa haver muito sofrimento também na caminhada do Cristão, seríamos mais felizes , porque Deus promete grande alegria para os que o seguem (1 Pedro 1:8)
- Havia mais verdade, porque a partir do momento que um homem reconhece ser pecador perante Deus e irmão, ele tem mais capacidade em admitir as suas faltas em público e menos necessidade de mentir (Lc 18:13-14)
- Haveria sempre lugar ao perdão, pois um Cristão sabe que o perdão é a base de tudo, porque sem o perdão de Cristo nada era (Lc 17:3-4)
Repare que em muitos sectores da
sociedade os problemas seriam resolvidos:
- Educação (haveria respeito por professores, obediência e também profissionalismo por parte dos professores, para além disso o estudo científico é um acto de adoração)
- Justiça (seria muito mais eficaz, porque Deus comanda para julgar com justiça)
- Pobreza (seria quase inexistente)
- Corrupção (seria impossível pois Deus comanda para sermos justos, verdadeiros, honestos e amarmos o próximo)
É preciso compreender que o Reino
dos Céus não é deste mundo (Jo 18:36) e portanto a maneira de chegar a esta
realidade não é mudando o exterior e o poder do estado, mas o coração de cada um
de nós (Lc 17:21), portanto quem estiver a pensar em utopias de um “Estado
Cristão” que se lembre disto. Mas temos de nos lembrar também que o grande
objectivo do Cristão não é simplesmente Evangelizar para mudar a maneira como o
mundo funciona, mas sim mudar o interior de cada um (Salvação), e através disso
verá o mundo mudado (como efeito secundário).
E isto relaciona-se com talvez a
maior mudança na sociedade: mesmo que todos fossemos Cristãos, seríamos ainda
pecadores (1 Jo 1:8), e iríamos violar os princípios acima várias vezes ao
longo da nossa vida, no entanto para além de o fazermos muito menos vezes que
no nosso anterior estado não Cristão, sempre que os violássemos teríamos a
humildade de pedir perdão a Deus e ao nosso irmão, e depois de reparar o dano
feito. Se pretende também uma sociedade melhor como a descrita a cima, um
aperitivo do Céu, junte-se a Jesus e a mim por este projecto. Mas lembre-se, a
santidade e o por de lado o nosso ser corrompido só é possível com a ajuda do
Espírito Santo (1 Cor 12:13), e para isso é preciso arrependimento e perdão dos
pecados, que Jesus nos proporciona pela sua morte e Ressurreição. Portanto antes
de mudar o mundo, mude-se a si mesmo!
Sem comentários:
Enviar um comentário