E ele [Elias] foi. Quando chegou à porta da cidade, encontrou uma viúva que estava colhendo gravetos. Ele a chamou e perguntou: "Pode me trazer um pouco d'água numa jarra para eu beber?" Enquanto ela ia buscar água, ele gritou: "Por favor, traga também um pedaço de pão". Mas ela respondeu: "Juro pelo nome do Senhor, o teu Deus, que não tenho nenhum pedaço de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pouco de azeite numa botija. Estou colhendo uns dois gravetos para levar para casa e preparar uma refeição para mim e para o meu filho, para que a comamos e depois morramos." Elias, porém, lhe disse: "Não tenha medo. Vá para casa e faça o que eu disse. Mas primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga para mim, e depois faça algo para você e para o seu filho. Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 'A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra' ". Ela foi e fez conforme Elias lhe dissera. E aconteceu que a comida durou muito tempo, para Elias e para a mulher e sua família. Pois a farinha na vasilha não se acabou e o azeite na botija não se secou, conforme a palavra do Senhor proferida por Elias.
Havia uma grande seca na terra, pois o povo tinha abandonado Deus e prestado culto a Baal, e Elias foi enviado por Deus para longe e Deus prometeu sustento para ele, nomeadamente através desta viúva. Podemos em primeiro lugar, ver como esta viúva é generosa: mesmo tendo pouco ela faz a sua Elias. Depois vemos também como Deus muitas vezes providencia as coisas terrenas para nós quando precisamos delas para alcançar os seus planos, tal como Jesus referencia em Mt 6:31-34.
Salmo - Sl 146
Louve, ó minha alma, o Senhor.
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Segunda Leitura (Hb 9:24-28)
Pois Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; ele entrou nos céus, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor; não, porém, para se oferecer repetidas vezes, à semelhança do sumo sacerdote que entra no Lugar Santíssimo todos os anos, com sangue alheio. Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo. Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam.
Nos tempos do antigo testamento todos os anos o sumo sacerdote fazia uma oferta a Deus para que os pecados do povo pudessem ser expiados. Este sacrifício era imperfeito, e na realidade o sumo sacerdote nunca poderia pagar pelos pecados do povo, já que ele tinha os seus próprios pecados para se preocupar, para além disso ele era apenas um ser finito. Para oferecer expiação pelos pecados do povo (do mundo, neste caso), é preciso alguém que seja infinito e sem pecado para oferecer esta expiação. Isto mostra que o sacrifício de Cristo era necessário para a redenção.
Mas o sacrifício não só era necessário, mas também foi suficiente. Por isso não precisamos de estar a pagar a Deus pelos nossos pecados com penitências e sacrifícios. Podemos fazer penitências como um exercício espiritual e oferecer sacrifícios (não de sangue, mas por exemplo dar esmolas) em ação de graças, mas sendo que o sacrifício de Jesus foi suficiente para a remissão dos pecados, os nosso sacrifícios nunca devem ser feitos com o intuito de possibilitar o perdão dos nosso pecados.
Por fim, vemos que o sacrifício de Cristo não só nos dá o perdão, bem como nos regenera e dá a Salvação, podendo assim ser Filhos de Deus. O que devemos fazer é aproximar-se d'Ele em humildade, pedir perdão e reclamar a herança que Ele nos deixou.
Evangelho - Mc 12:38-44
Ao ensinar, Jesus dizia: "Cuidado com os mestres da lei. Eles fazem questão de andar com roupas especiais, de receber saudações nas praças e de ocupar os lugares mais importantes nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, e, para disfarçar, fazem longas orações. Esses receberão condenação mais severa!". Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições e observava a multidão colocando o dinheiro nas caixas de ofertas. Muitos ricos lançavam ali grandes quantias. Então, uma viúva pobre chegou-se e colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor. Chamando a si os seus discípulos, Jesus declarou: "Afirmo que esta viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros. Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver".
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Tantas vezes ouvimos as pessoas dizer: "vai a Igreja e ainda é pior do que os que não vão", ou a criticar as diversas atrocidades e hipocrisias que aconteceram na história da Religião organizada, cujos protagonistas se chamavam Cristãos. E algumas destas pessoas afastam-se da Igreja por esta razão, no entanto talvez estas pessoas devessem saber que Jesus, no seu tempo, fez as mesmas críticas e hoje também as faria. Nos dias de hoje talvez não fosse aos mestres da lei, mas talvez a alguns membros do clero, ou até mesmo das instituições governamentais. Vivem para as aparências apenas para receber a glória dos homens, mas sabemos que tais já receberam a sua recompensa (Mt 6:1-6). Jesus não quer hipócritas, mas sim pessoas que realmente o representam aqui, e representar Deus na Terra é uma grande tarefa. Tarefa essa que nós Cristãos, fomos incumbidos de carregar pelo nosso Rei, Jesus. Que cumpramos bem a nossa missão, para que não nos arrisquemos a que depois poemas como o seguinte possam ter fundo de razão:
No tempo em que os homens rudes imperavam
Os bandidos nas cruzes penduravam
Hoje que vivemos na época das luzes
No peito dos bandidos penduram cruzes
Álvaro de Campos
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