sábado, 24 de maio de 2014

Ciência e Fé, conflito ou coesão?

Não há um conflito profundo entre Ciência e Deus  


   Durante os últimos dois séculos temos vindo a experienciar um certo afastamento entre Ciência e Deus que tem levado várias pessoas a achar que a abdicação da Ciência e a Irracionalidade são preços a pagar para acreditar em Deus. Felizmente sabemos que não é assim. Por que meios? Em primeiro lugar por Revelação, já que na própria Bíblia temos várias respostas a esta pergunta, e como Cristãos este deve ser o nosso primeiro recurso a explorar.


“Se nalgum de vocês falta sabedoria, então que a peça a Deus, que a todos dá sem censura, e ser-lhe-á dada.” – Tiago

   A omnisciência de Deus leva-nos a perceber que é ao aproximarmo-nos de Deus que aumentamos a nossa sabedoria, não ao nos afastarmos.
Razões para achar que a Religião e a Ciência podem coexistir e cooperar:

  1.         A experiência mostra-nos que as Sociedades mais desenvolvidas do Mundo são religiosas, os grandes cientistas do Renascimento eram religiosos. Copérnico eram um cónego e Newton um fervoroso Cristão, que entendia a Ciência como uma maneira de conhecer melhor a obra de Deus.
  2.          A Religião oferece à Ciência as bases para operar. A Ciência necessita de certos pressupostos para existir, pressupostos esses que a visão Materialista do Mundo não oferece. Exemplos são pensar que as nossas faculdades cognitivas são confiáveis, que as Leis da Lógica funcionam e reflectem a realidade, ou que o Mundo pode ser matematicamente inteligível. Sem estes pressupostos a Ciência nem existiria…
  3.       A Ciência permite verificar e falsificar algumas afirmações do campo religioso. Por exemplo, a Ciência facilmente falsifica a crença mitológica grega de que o mundo estava sobre os ombros de Altas. Por outro lado, no último século a Ciência verificou a crença religiosa de que o Universo teve um começo, através da Teoria do Big Bang. Para além disso a Ciência oferece suporte para algumas das premissas chave de argumentos filosóficos a favor da existência de Deus.
  4. .     Há certas questões metafísicas que surgem em teorias científicas às quais a ciência não pode responder, mas que a religião pode. Por exemplo a ciência cosmológica não consegue responder à pergunta filosófica: “Porque existe algo em vez de nada?”, que facilmente pode ser respondida pela Religião com base na informação obtida por Revelação.
  5. .      A Ciência pode ser útil para analisar cuidadosamente alguns fenómenos religiosos e fornecer maneiras de nos aproximarmos mais da verdade e conhecer melhor Deus. Por exemplo, a ciência permite analisar os documentos históricos que existem sobre a vida de Jesus e dar-nos informação sobre que fontes de informação são fiáveis. A ciência também nos ajuda a verificar a autenticidade de determinados artefactos religiosos, por exemplo com datação por carbono-14. Para além disso também existe uma equipa de médicos que se dedica a verificar se certos acontecimentos são milagrosos ou foram apenas coincidências, e assim é possível fornecer informação útil ao Vaticano sobre este assunto com implicações importantes na área das Beatificações e Canonizações.

Newton, o pai da física, era um admirador da Bíblia e considerava o estudo da Ciência como uma maneira de apreciar as maravilhas do Criador

 Há um conflito entre a Ciência e o Ateísmo


  Poderia à primeira vista parecer estranho que tal coisa fosse verdade, já que a toda a hora os ateus baseiam os seus ataques à Fé Cristã em estudos científicos. O problema é que, se algumas teorias científicas são verdadeiras, então o ateísmo auto refuta-se. Se realmente o ateísmo estivesse certo então poderíamos dizer que os nosso pensamentos, acções, e até mesmo estudos eram apenas resultado de processos não-guiados, nos quais seríamos apenas máquinas propagadoras de ADN e prosperaríamos apenas porque o processo é auto-sustentável. O problema é que tal processo nunca nos garantiria que as nossas crenças seriam verdadeiras! Se o materialismo for verdadeiro, então as nossas equações e teorias que formulamos no estudo científico são apenas desenhos que fazemos num papel resultantes do acaso, porquê então pensar que têm algum significado? Porque razão haveríamos de acreditar que reflectem a realidade? Não haveria nenhuma, nem mesmo para acreditar nos próprios princípios materialistas em que basearíamos toda a nossa filosofia de vida… Esta ideia foi formulada por C.S. Lewis e ele raciocinava da seguinte maneira:


“Suponha-se que não há uma mente criadora por detrás do Universo. Nesse caso, ninguém desenhou o meu cérbero para pensar. O que acontece é que quando os átomos do meu cérbero interagem de certa maneira por razões químicas ou físicas isso dá-me uma sensação do que chamo pensamento. Mas, se isso é verdade, como posso eu confiar nele? (…) Mas se não posso confiar nas minhas próprias faculdades mentais, então não posso confiar nas razões que me levariam a ser um ateu, e portanto não teria razões para ser ateu. A não ser que acredite em Deus, eu não posso acreditar na fiabilidade do pensamento, logo não posso usá-lo para dizer desacreditar Deus.”

Conclui-se assim que o Teísmo e a Ciência têm bastantes pontos de coincidência e podem servir-se mutuamente numa relação de simbiose.

Sem comentários:

Enviar um comentário