Na sociedade actual, de tendências
liberais, sistemas relativamente conservadores como o Cristianismo, onde se
defende a instituição da família e a santidade do casamento, são acusados de
oprimirem as mulheres, negando-lhes certos “direitos básicos” ou criando contra
elas preconceitos sem justificação. Por outro lado, os chamados “feministas”,
são vistos como os defensores do direito da mulher, rumo a uma sociedade mais
livre de igualdade de género. Mas será que esta análise é correcta?
O feminismo é descrito como um
movimento que “luta pela igualdade de sexos” e defesa “dos direitos da mulher”.
Em primeiro lugar é preciso perguntar exactamente o que significa “igualdade de
sexos”, sendo que é óbvio que homens e mulheres não são iguais, pelo menos em
termos físicos. E também é verdade que homens e mulheres tendem a ter
diferenças psicológicas também, tendo cada um certas vantagens em certas áreas
e desvantagens noutras áreas. Devemos então entender o feminismo com sendo o
combate à discriminação não justificada entre homens e mulheres. Mas não é todo
o tipo de discriminação algo negativo? Obviamente que não: por exemplo se um
certo conjunto de indivíduos está a concorrer para um certo emprego é de
esperar que o empregador os discrimine baseando-se na sua aptidão para
desempenhar a função do trabalho (algo justificado) mas não com base, por
exemplo, na sua orientação sexual (algo injustificado). Entendendo o feminismo
desta forma então eu proponho que os Cristãos são os mais feministas de toda a
sociedade, e portanto vou concentrar a minha crítica não nos feministas (porque
eu sou um deles), mas nos chamados feministas seculares, ou seja, aqueles que
não se baseiam nas verdades da Fé para elaborar os seus princípios e muitas
vezes até as contrariam.
Mas o que defendem então estes
feministas seculares? Em primeiro lugar existem muitas iniciativas que os
feministas seculares realizaram que foram muito benéficas para a sociedade,
como por exemplo o direito das mulheres a votar, a ter um salário igual ao de
um homem com as mesmas qualificações, ter direito a licença de maternidade ou
protecção contra a violência doméstica. No entanto existem movimentos feminista
que oferecem propostas que não só não contribuem de maneira nenhuma para os
direitos da mulher, como também contribuem para a descriminação da mulher e
para a sua perca de direitos. Os mais flagrantes exemplos são:
·
O aborto:
Para muitos feministas seculares o aborto é quase tratado como o centro da sua
campanha. Não é a escolha um direito da mulher? Para responder a esta questão
precisamos de responder em primeiro lugar a outra questão: será o aborto algo
moralmente permissível? Caso não seja, é a sua gravidade tal que devamos
proibi-lo? O Cristão sempre tem mantido ao longo dos séculos que o aborto não é
moralmente aceitável, sendo que é um atentado à vida. No momento da concepção
não é apenas uma célula que se forma mas um ser humano que merece respeito e
protecção. O aborto é, na realidade, o assassinato deste ser humano indefeso.
Poderá encontrar neste blogue uma defesa mais completa da razão pela qual o
aborto é errado. Sendo o aborto portanto um crime contra a vida de alguém
indefeso, é paralelo a um homicídio e deve ser condenado pelo governo. Os
feministas seculares não só desejam que o aborto seja legal, mas também que o
próprio estado facilite a sua prática. Sendo então verdade que o aborto é um
crime, como podemos dizer que legalizar e facilitar o aborto protege as
mulheres ou lhes dá mais direitos? Seria legalizar o homicídio por parte de uma
mulher algo que aumentaria os seus direitos ou a protegeria? Ou seria isso
apenas uma maneira de facilitar a mulher a realizar crimes, contribuindo para a
destruição não só da sua pessoa mas também da sociedade que a rodeia?
·
A
liberalização do sexo: Nada proíbe o materialista de olhar para o sexo
apenas como uma maneira de propagação da espécie e de obter prazer físico.
Devido a este facto certas correntes feministas extremamente liberais defendem
não só a destruição das regras morais tradicionais, que segundo eles oprimem a
mulher, mas também chegam ao ponto de defender que trabalhos sexuais como a
pornografia e a prostituição devem ser legais. Para eles, a família tradicional
não deve ser a estrutura base da sociedade, pois os seus ideais marxistas e
anarquistas visam a desconstrução da estrutura social. Assim certos princípios
conservadores como o de guardar o sexo para casais realmente apaixonados não
faz qualquer sentido e muitos menos guardar o sexo para o casamento... E desta
forma a mulher, para se libertar, deve romper com o papel que a sociedade lhe
reservou na família e portanto toda a forma de sexo é permitida. Assim,
conceitos Bíblicos como imoralidade sexual não fazem qualquer sentido, pois o
sexo não tem nenhuma componente moral, é apenas uma maneira de ter prazer
físico e deve ser explorado livremente. Tal como é de esperar em qualquer tipo
de (i)moralidade baseada em princípios materialistas, estas ideias radicais
conduzem à objectificação do ser humano por parte do membro do género oposto (e
em particular da mulher por parte do homem), que curiosamente é o centro dos
problemas das mulheres na sociedade ocidental de hoje em dia. Ao permitir e até
mesmo encorajar as mulheres a vestirem roupas provocantes, serem sexualmente
desinibidas e até mesmo a praticar actos sexuais degradantes como orgias e sadomasoquismo a mulher passa a ser vista como um objecto e não como um ser
humano que deve ser respeitado. O culminar de tal ideologia é chegar ao ponto
de defender a pornografia e a legalização da prostituição, que são o expoente
máximo da desumanização da mulher (e do homem!). Estas ideias são tão escandalosas e obviamente condenáveis que dentro do movimento feminista
existiram várias vozes a condená-las, por exemplo MacKinon: “A pornografia, através da sua produção e
uso, transforma o mundo num espaço pornográfico,
[…] construindo a realidade social do que é uma mulher […].” (2004). A
discórdia neste tópico foi o centro das chamadas “guerras feministas pelo sexo”
nos EUA, ao longo das décadas de 70 e 80.
Feministas protestam em "topless"
·
Lei da
paridade: Embora este assunto não seja um problema grande, eu considero que
a lei da paridade prejudica as mulheres, pois ao exigir que uma certa
percentagem de pessoas a ocupar um certo cargo sejam mulheres, está
indirectamente a admitir que as mulheres têm uma capacidade naturalmente
inferior ao homens! O defensor da lei da paridade poderia objectar que embora
mulheres e homens tenham as mesmas capacidades para certas funções, o processo
de avaliação é enviesado e discrimina as mulheres. Mas se o problema está na
avaliação então ataquemos o problema pela raiz e sejamos mais rigorosos em como
escolhemos quem desempenha cada cargo, em vez de criarmos uma discriminação
absurda. É precisamente pelo facto de eu acreditar que mulheres e homens têm
capacidades semelhantes para muitas funções que eu não posso concordar com uma
lei que coloca a mulher como sendo inferior.
Assim concluímos que estas
propostas do feminismo secular, em vez de contribuírem para a igualdade de direitos
por parte da mulher, aumentam a discriminação existente na sociedade, retiram
dignidade à mulher e ainda contribuem para a destruição da sua moralidade e da
sociedade que a rodeia. Como um defensor das mulheres e acima de tudo da
Humanidade que foi criada por Deus, não posso de forma nenhuma concordar com
tais propostas.
Leia neste artigo a razão pela qual os verdadeiros defensores das mulheres e dos seus direitos são os Cristãos, e que para além disso sem uma base teísta é impossível manter uma posição feminista robusta e coerente.
Leia neste artigo a razão pela qual os verdadeiros defensores das mulheres e dos seus direitos são os Cristãos, e que para além disso sem uma base teísta é impossível manter uma posição feminista robusta e coerente.
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