sábado, 22 de novembro de 2014

Os verdadeiros feministas – o falhanço das ideias seculares

Na sociedade actual, de tendências liberais, sistemas relativamente conservadores como o Cristianismo, onde se defende a instituição da família e a santidade do casamento, são acusados de oprimirem as mulheres, negando-lhes certos “direitos básicos” ou criando contra elas preconceitos sem justificação. Por outro lado, os chamados “feministas”, são vistos como os defensores do direito da mulher, rumo a uma sociedade mais livre de igualdade de género. Mas será que esta análise é correcta?
O feminismo é descrito como um movimento que “luta pela igualdade de sexos” e defesa “dos direitos da mulher”. Em primeiro lugar é preciso perguntar exactamente o que significa “igualdade de sexos”, sendo que é óbvio que homens e mulheres não são iguais, pelo menos em termos físicos. E também é verdade que homens e mulheres tendem a ter diferenças psicológicas também, tendo cada um certas vantagens em certas áreas e desvantagens noutras áreas. Devemos então entender o feminismo com sendo o combate à discriminação não justificada entre homens e mulheres. Mas não é todo o tipo de discriminação algo negativo? Obviamente que não: por exemplo se um certo conjunto de indivíduos está a concorrer para um certo emprego é de esperar que o empregador os discrimine baseando-se na sua aptidão para desempenhar a função do trabalho (algo justificado) mas não com base, por exemplo, na sua orientação sexual (algo injustificado). Entendendo o feminismo desta forma então eu proponho que os Cristãos são os mais feministas de toda a sociedade, e portanto vou concentrar a minha crítica não nos feministas (porque eu sou um deles), mas nos chamados feministas seculares, ou seja, aqueles que não se baseiam nas verdades da Fé para elaborar os seus princípios e muitas vezes até as contrariam.
Mas o que defendem então estes feministas seculares? Em primeiro lugar existem muitas iniciativas que os feministas seculares realizaram que foram muito benéficas para a sociedade, como por exemplo o direito das mulheres a votar, a ter um salário igual ao de um homem com as mesmas qualificações, ter direito a licença de maternidade ou protecção contra a violência doméstica. No entanto existem movimentos feminista que oferecem propostas que não só não contribuem de maneira nenhuma para os direitos da mulher, como também contribuem para a descriminação da mulher e para a sua perca de direitos. Os mais flagrantes exemplos são:

·         O aborto: Para muitos feministas seculares o aborto é quase tratado como o centro da sua campanha. Não é a escolha um direito da mulher? Para responder a esta questão precisamos de responder em primeiro lugar a outra questão: será o aborto algo moralmente permissível? Caso não seja, é a sua gravidade tal que devamos proibi-lo? O Cristão sempre tem mantido ao longo dos séculos que o aborto não é moralmente aceitável, sendo que é um atentado à vida. No momento da concepção não é apenas uma célula que se forma mas um ser humano que merece respeito e protecção. O aborto é, na realidade, o assassinato deste ser humano indefeso. Poderá encontrar neste blogue uma defesa mais completa da razão pela qual o aborto é errado. Sendo o aborto portanto um crime contra a vida de alguém indefeso, é paralelo a um homicídio e deve ser condenado pelo governo. Os feministas seculares não só desejam que o aborto seja legal, mas também que o próprio estado facilite a sua prática. Sendo então verdade que o aborto é um crime, como podemos dizer que legalizar e facilitar o aborto protege as mulheres ou lhes dá mais direitos? Seria legalizar o homicídio por parte de uma mulher algo que aumentaria os seus direitos ou a protegeria? Ou seria isso apenas uma maneira de facilitar a mulher a realizar crimes, contribuindo para a destruição não só da sua pessoa mas também da sociedade que a rodeia?

·         A liberalização do sexo: Nada proíbe o materialista de olhar para o sexo apenas como uma maneira de propagação da espécie e de obter prazer físico. Devido a este facto certas correntes feministas extremamente liberais defendem não só a destruição das regras morais tradicionais, que segundo eles oprimem a mulher, mas também chegam ao ponto de defender que trabalhos sexuais como a pornografia e a prostituição devem ser legais. Para eles, a família tradicional não deve ser a estrutura base da sociedade, pois os seus ideais marxistas e anarquistas visam a desconstrução da estrutura social. Assim certos princípios conservadores como o de guardar o sexo para casais realmente apaixonados não faz qualquer sentido e muitos menos guardar o sexo para o casamento... E desta forma a mulher, para se libertar, deve romper com o papel que a sociedade lhe reservou na família e portanto toda a forma de sexo é permitida. Assim, conceitos Bíblicos como imoralidade sexual não fazem qualquer sentido, pois o sexo não tem nenhuma componente moral, é apenas uma maneira de ter prazer físico e deve ser explorado livremente. Tal como é de esperar em qualquer tipo de (i)moralidade baseada em princípios materialistas, estas ideias radicais conduzem à objectificação do ser humano por parte do membro do género oposto (e em particular da mulher por parte do homem), que curiosamente é o centro dos problemas das mulheres na sociedade ocidental de hoje em dia. Ao permitir e até mesmo encorajar as mulheres a vestirem roupas provocantes, serem sexualmente desinibidas e até mesmo a praticar actos sexuais degradantes como orgias e sadomasoquismo a mulher passa a ser vista como um objecto e não como um ser humano que deve ser respeitado. O culminar de tal ideologia é chegar ao ponto de defender a pornografia e a legalização da prostituição, que são o expoente máximo da desumanização da mulher (e do homem!). Estas ideias são tão escandalosas e obviamente condenáveis que dentro do movimento feminista existiram várias vozes a condená-las, por exemplo MacKinon: “A pornografia, através da sua produção e uso, transforma o mundo num espaço pornográfico, […] construindo a realidade social do que é uma mulher […].” (2004). A discórdia neste tópico foi o centro das chamadas “guerras feministas pelo sexo” nos EUA, ao longo das décadas de 70 e 80.


Feministas protestam em "topless"


·         Lei da paridade: Embora este assunto não seja um problema grande, eu considero que a lei da paridade prejudica as mulheres, pois ao exigir que uma certa percentagem de pessoas a ocupar um certo cargo sejam mulheres, está indirectamente a admitir que as mulheres têm uma capacidade naturalmente inferior ao homens! O defensor da lei da paridade poderia objectar que embora mulheres e homens tenham as mesmas capacidades para certas funções, o processo de avaliação é enviesado e discrimina as mulheres. Mas se o problema está na avaliação então ataquemos o problema pela raiz e sejamos mais rigorosos em como escolhemos quem desempenha cada cargo, em vez de criarmos uma discriminação absurda. É precisamente pelo facto de eu acreditar que mulheres e homens têm capacidades semelhantes para muitas funções que eu não posso concordar com uma lei que coloca a mulher como sendo inferior.
Assim concluímos que estas propostas do feminismo secular, em vez de contribuírem para a igualdade de direitos por parte da mulher, aumentam a discriminação existente na sociedade, retiram dignidade à mulher e ainda contribuem para a destruição da sua moralidade e da sociedade que a rodeia. Como um defensor das mulheres e acima de tudo da Humanidade que foi criada por Deus, não posso de forma nenhuma concordar com tais propostas.
Leia neste artigo a razão pela qual os verdadeiros defensores das mulheres e dos seus direitos são os Cristãos, e que para além disso sem uma base teísta é impossível manter uma posição feminista robusta e coerente.







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