Nesta semana Deus chama a nossa atenção
dois grandes temas: a necessidade que o Homem tem de Deus e a grande
bondade de Deus para satisfazer a fome do Homem através do pão da
vida. As leituras mostram precisamente como Deus foi enviando ao
homem o pão da vida ao longo dos séculos, culminando em Jesus
Cristo, o Pão da Vida.
Estamos no século IX
a.C. e o Reino de Israel está dividido em dois. Elias, o profeta,
encontra-se na parte Norte, onde alguma paz foi conseguida pelo rei
Acab, no entanto por um preço demasiado elevado: este permite à sua
mulher Jezabel prestar culto ao deus cananita Baal (ao qual se
sacrificavam crianças) no seu próprio palácio. Após confrontar
Acab, o homem de Deus vê-se sozinho e desesperado nesta luta pela
rectidão. Mas Deus, sendo fiel, não o abandona, e tal como fez aos
filhos de Israel no deserto (Ex 16:4-5) dá a Elias um pão vindo dos Céus.
O salmo pode ser
entendido como um agradecimento a Deus por esta atitude fiel: quando
Deus nos chama e as circunstâncias se complicam, Deus não nos vai
abandonar.
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Mesmo na prisão, Paulo
não mostra um pingo de amargura nesta epístola em que o tema da
união é recorrente. Quer lhe chamemos Eucaristia, Ceia do Senhor ou
Comunhão, um dos grandes objectivos da toma do pão e do vinho que
caracterizam os Cristãos é a união com Cristo e com os outros
irmãos. Podemos dizer que na nossa conversão e baptismo se unimos
com Deus, ao receber o Espírito Santo, que nos guia para sermos como
Deus (e por consequência como Jesus). O Espírito Santo permite-nos
seguir as leis de Deus, tal como havia sido prometido (Ez 11:19). O
apóstolo exorta-nos a entrar em verdadeira comunhão com Deus, sendo
imitadores de Cristo. Ao descrever como devemos ser para imitar
Cristo, Paulo acaba por descrever Cristo, e faz-nos lembrar de um dos
factos centrais da Bíblia: estando condenados perante Deus, graças
a Cristo nós estamos perdoados, graças ao sacrifício que este fez a
Deus no nosso lugar.
Jesus é nesta passagem
controverso, como costuma ser em muitas outras. Jesus apresenta-se como
o pão vivo que desceu dos Céus. Ao ouvir os fariseus murmurarem
contra Ele, o Mestre explica como é impossível nos tornarmos Filhos
de Deus sem que Deus primeiro nos atraia para si (isto é chamado por
alguns teólogos como graça preveniente). O homem, afastado de Deus
pelo pecado, não é capaz de sozinho encontrar Deus. Os fariseus
afirmavam-se como seguidores de Deus mas não de Jesus, e Jesus
mostra que tal não é possível, sendo que todo aquele que segue o
chamamento do Pai e o escuta vai precisamente encontrar Jesus, Aquele
que conhece o Pai e o pode revelar, de modo a que aquele que crê
obtenha a vida eterna. Assim, Cristo realça a necessidade do Homem
por Deus, a bondade de Deus em se fazer disponível e finalmente a
importância do próprio Cristo como mediador para que seja possível
Deus e o Homem se encontrarem.
Tal como muitas vezes
acontece na Bíblia, Deus toma acções no Antigo Testamento que se
irão realmente completar e revelar no Novo (Jesus vem cumprir a Lei
de Deus Mt 5:17). Este é mais um exemplo: Deus enviou o pão dos
Céus anteriormente para resolver problemas temporários como a fome
do seu povo no deserto ou a fraqueza de Elias, mas desta vezes Deus
vem resolver o problema eterno do Homem: a sua separação de Deus.
Isto é feito através de um sacrifício, e tal como nos tempos de
Moisés no Egipto (Ex 12), o povo de Deus entra em comunhão com o
sacrifício (que aqui é Jesus, o cordeiro de Deus) numa refeição,
que hoje é a Ceia do Senhor.
É perfeitamente lógico
que Jesus interligue a comunhão consigo com a vida Eterna: o Homem
está separado de Deus, e sendo que a vida eterna consiste em
conhecer Deus (Jo 17:3), sendo Jesus o único mediador entre Deus e
os Homens (I Tim 2:5), sem Jesus ficamos separados de Deus, não
tendo portanto a vida eterna, o que a Bíblica sumariza com a
condição “inferno”.
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