segunda-feira, 10 de agosto de 2015

9 de Agosto - Jesus, o Pão dos Céus

Nesta semana Deus chama a nossa atenção dois grandes temas: a necessidade que o Homem tem de Deus e a grande bondade de Deus para satisfazer a fome do Homem através do pão da vida. As leituras mostram precisamente como Deus foi enviando ao homem o pão da vida ao longo dos séculos, culminando em Jesus Cristo, o Pão da Vida.


Estamos no século IX a.C. e o Reino de Israel está dividido em dois. Elias, o profeta, encontra-se na parte Norte, onde alguma paz foi conseguida pelo rei Acab, no entanto por um preço demasiado elevado: este permite à sua mulher Jezabel prestar culto ao deus cananita Baal (ao qual se sacrificavam crianças) no seu próprio palácio. Após confrontar Acab, o homem de Deus vê-se sozinho e desesperado nesta luta pela rectidão. Mas Deus, sendo fiel, não o abandona, e tal como fez aos filhos de Israel no deserto (Ex 16:4-5) dá a Elias um pão vindo dos Céus.
O salmo pode ser entendido como um agradecimento a Deus por esta atitude fiel: quando Deus nos chama e as circunstâncias se complicam, Deus não nos vai abandonar.



Mesmo na prisão, Paulo não mostra um pingo de amargura nesta epístola em que o tema da união é recorrente. Quer lhe chamemos Eucaristia, Ceia do Senhor ou Comunhão, um dos grandes objectivos da toma do pão e do vinho que caracterizam os Cristãos é a união com Cristo e com os outros irmãos. Podemos dizer que na nossa conversão e baptismo se unimos com Deus, ao receber o Espírito Santo, que nos guia para sermos como Deus (e por consequência como Jesus). O Espírito Santo permite-nos seguir as leis de Deus, tal como havia sido prometido (Ez 11:19). O apóstolo exorta-nos a entrar em verdadeira comunhão com Deus, sendo imitadores de Cristo. Ao descrever como devemos ser para imitar Cristo, Paulo acaba por descrever Cristo, e faz-nos lembrar de um dos factos centrais da Bíblia: estando condenados perante Deus, graças a Cristo nós estamos perdoados, graças ao sacrifício que este fez a Deus no nosso lugar.


Jesus é nesta passagem controverso, como costuma ser em muitas outras. Jesus apresenta-se como o pão vivo que desceu dos Céus. Ao ouvir os fariseus murmurarem contra Ele, o Mestre explica como é impossível nos tornarmos Filhos de Deus sem que Deus primeiro nos atraia para si (isto é chamado por alguns teólogos como graça preveniente). O homem, afastado de Deus pelo pecado, não é capaz de sozinho encontrar Deus. Os fariseus afirmavam-se como seguidores de Deus mas não de Jesus, e Jesus mostra que tal não é possível, sendo que todo aquele que segue o chamamento do Pai e o escuta vai precisamente encontrar Jesus, Aquele que conhece o Pai e o pode revelar, de modo a que aquele que crê obtenha a vida eterna. Assim, Cristo realça a necessidade do Homem por Deus, a bondade de Deus em se fazer disponível e finalmente a importância do próprio Cristo como mediador para que seja possível Deus e o Homem se encontrarem.
Tal como muitas vezes acontece na Bíblia, Deus toma acções no Antigo Testamento que se irão realmente completar e revelar no Novo (Jesus vem cumprir a Lei de Deus Mt 5:17). Este é mais um exemplo: Deus enviou o pão dos Céus anteriormente para resolver problemas temporários como a fome do seu povo no deserto ou a fraqueza de Elias, mas desta vezes Deus vem resolver o problema eterno do Homem: a sua separação de Deus. Isto é feito através de um sacrifício, e tal como nos tempos de Moisés no Egipto (Ex 12), o povo de Deus entra em comunhão com o sacrifício (que aqui é Jesus, o cordeiro de Deus) numa refeição, que hoje é a Ceia do Senhor.

É perfeitamente lógico que Jesus interligue a comunhão consigo com a vida Eterna: o Homem está separado de Deus, e sendo que a vida eterna consiste em conhecer Deus (Jo 17:3), sendo Jesus o único mediador entre Deus e os Homens (I Tim 2:5), sem Jesus ficamos separados de Deus, não tendo portanto a vida eterna, o que a Bíblica sumariza com a condição “inferno”.  


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