domingo, 30 de novembro de 2014

Qual deve ser o foco da pregação da Igreja

Depois de ter discutido neste artigo a questão de se Portugal é realmente um país Cristão, gostaria de explorar um dos aspectos que podemos mudar dentro da própria Igreja (seja qual for a denominação). 
Em primeiro lugar devemos lembrar-nos que o Cristianismo não é apenas uma filosofia de vida, mas também afirma acontecimentos históricos passados (morte e Ressurreição de Jesus, milagres, vida dos profetas como Abraão e Moisés, etc), futuros (Ressurreição geral, julgamento final, etc), bem como afirmações metafísicas (Deus existe, anjos e demónios são reais, o homem tem um espírito, etc.) e morais (a realidade do pecado, a virtude da misericórdia, os mandamentos, etc). É portanto importante que todo aquele que se auto-denomina Cristão se instrua nestas verdades, até porque sem elas torna-se difícil compreender certos aspectos da filosofia de vida Cristã (por exemplo, se não há Ressurreição, como posso não temer a morte?) ou para compreender mesmo pontos centrais na mensagem (por exemplo, se não há pecado nem julgamento, então porque chamo a Jesus meu Salvador se eu não preciso de ser salvo de nada?)...

Para além de todos estes importantes pontos, é preciso que o Cristão, que tem a missão de ser um pequeno Cristo, compreenda quem é Cristo e qual é a mensagem do Evangelho, que é resumida por São Paulo como sendo: que Cristo morreu pelos nossos pecados e Ressuscitou (1 Cor 15:3-4), consulte este artigo para uma exposição mais completa de qual é a mensagem central do Evangelho. Várias questões aparecem: porque preciso que alguém morra pelos meus pecados, quais são os meus pecados, porque não poderia outro qualquer ter morrido pelos meus pecados, etc. 

Não pretendo com isto dizer que é preciso compreender todo este sistema na perfeição para ser um verdadeiro Cristão! Se assim fosse não haveria Cristãos no mundo, pois ninguém sabe tudo, já para não falar daqueles que sem culpa própria não receberam a instrução certa. No entanto, estar confiante das afirmações Cristãs oferece ao Cristão muitas bênçãos e benefícios: estará mais confiante na sua Fé, compreenderá melhor os mistérios da Salvação, e talvez o mais importante, estará melhor equipado para expor ao seu irmão a mensagem do Evangelho de uma maneira coerente, basicamente permite ter uma Fé madura.  



Onde quero chegar é ao seguinte: se nós somos Cristãos e se temos uma mensagem, que tem certos aspectos centrais e outros menos centrais porque razão gastamos a maioria do nosso tempo a discutir assuntos secundários? Que assuntos? Aborto, celibato dos padres, casamento gay, eutanásia, ordenação dos padres, etc. são assuntos importantes e onde os Cristãos devem mostrar a sua opinião, mas não são o centro da mensagem do Evangelho, até porque diversas denominações Cristãs pois vezes não concordam entre si sobre alguns destes assuntos (por exemplo na Igreja Protestante não há celibato mas na Católica há). Qualquer pagão pode ser contra o aborto, contra o casamento gay, contra a eutanásia, etc. mas um pagão não pode proclamar a Salvação e o trabalho de Cristo (pois caso contrário seria um Cristão!). 

O problema é que se assemelhamos ao homem que quer construir o telhado da sua casa sem primeiro construir as paredes. Como podemos exigir à nossa sociedade que siga a moral correcta, se ela não conhece Aquele que é responsável pelas verdades morais? Para a sociedade seguir os mandamentos de Deus é preciso que primeiro conheça Deus, e portanto temos de primeiro mostrar à sociedade quem é Deus, como? Mostrando-lhes o Seu Filho Jesus Cristo (Jo 14:7), que nos amou e deu a sua vida por nós sem pedir nada em troca. E como vamos nós ensinar aos nossos irmãos quem é Cristo se primeiro nós não soubermos quem Ele é? Para sabermos quem Ele é devemos ler a Bíblia, que é a Sua Palavra, orar, que é a nossa forma de falar com Ele, e seguir os seus mandamentos, para que Ele permaneça em nós (Jo 15:10).

( quadro de Harry Anderson, onde mostra a indiferença do povo perante a pregação de Noé)

O facto de que nos testes estatísticos que se fazem sobre as crenças mostram uma maioria Cristã mas uma minoria a crer nas ideias Cristãs mostra que nós, os professores, estão a fazer um mau trabalho, e que talvez também os alunos não estudem o suficiente. Talvez seja fácil para muitos se lembrarem do que a Igreja ensina sobre o aborto, sobre quando é que não se deve comer carne, sobre a eutanásia, sobre as uniões gays, sobre o casamento e o divórcio, mas será que se um dia encontrassem um irmão que lhes perguntasse: "Quem é Jesus e qual a mensagem do Evangelho?", saberiam responder de uma forma confiante e Bíblica? Se não então algo está errado, pois essa deveria ser a primeira resposta que deveríamos saber de cor! 

O meu apelo é que não sejamos conhecidos na sociedade por aqueles que se opõem ao aborto, ou ao casamento gay, etc. Mas antes devemos ser conhecidos por aqueles que crêem na mensagem de Cristo, e que a sociedade ao menos saiba que mensagem é esta. E que nos concentremos os nossos sermões, catequeses, palestras, participação na comunicação social etc. para divulgar esta mensagem e termos a certeza que pelo menos os membros da nossa comunidade saibam melhor a razão pela qual se levantam cedo para celebrar aos Domingos de manhã. Com esta base forte, o resto seguirá. 

Se você é daqueles que gostaria de ter esta resposta essencial na ponta da língua, então recomendo que leia a Bíblia com atenção e leia o meu artigo neste blogue sobre a mensagem central do Evangelho. Mas se você é daqueles que considera ter uma boa ideia de qual é a mensagem do Evangelho, lembre-se que você é então responsável por fazer com que estes irmãos mais pequeninos a saibam também, e se é um pastor, padre, ou catequista, a sua responsabilidade aumenta, pois "a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá(Lc 12:48).


sábado, 22 de novembro de 2014

Os verdadeiros feministas – feminismo Bíblico

No artigo “Os verdadeiros feministas – o falhanço das ideias seculares” expliquei a razão pela qual os princípios feministas seculares falham em proteger as mulheres e acabam por prejudicá-las. Neste artigo mostrarei a razão pela qual os ideais Cristãos oferecem um verdadeiro feminismo, que protege a mulher e a eleva de uma forma que nenhum princípio secular poderia. Mostrarei ainda que o único feminismo coerente necessita de uma base teísta.

Em primeiro lugar, o que diz a Bíblia sobre a mulher? A Bíblia afirma um conjunto de verdades e princípios morais que asseguram os direitos da mulher e a sua dignidade:

  • Igualdade – “E criou Deus o Homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gen 1:27). Repare-se que Deus cria o homem e a mulher à imagem de Deus, o que dá um valor incalculável a cada um (note-se que Deus não fez isto com nenhum dos outros animais). 
  • Aptidão - "Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época." (Juí 4:4). Esta passagem mostra-nos que Deus considera que a mulher também tem grandes aptidões, podendo mesmo ser profeta e liderar o seu povo. Se Deus não discrimina, nós também não devemos discriminar.
  • Valor - "Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis. O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo." (Pro 31:10-11). Mais uma vez vemos o valor da mulher, que excede o de rubis, a que devemos confiar o nosso coração, e não podemos portanto objectivizá-la.
  • Dever de amar - "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo." (Ef 5:25-28). Para a sociedade pagã pré-Cristã o casamento poderia ser apenas um contrato, mas para o Cristão é algo sagrado, e para algumas denominações é mesmo um sacramento (Católicos, Ortodoxos), ou seja, uma fonte da graça de Deus. Deus comanda que amemos as nossas mulheres (mais uma vez sendo impossível assim tratá-las como objectos), tal como amamos os nossos próprios corpos, tal como Cristo amou a Igreja! Cristo viveu para servir a Igreja! Cristo tornou-se Homem para salvar a Igreja! Cristo foi crucificado pela Igreja! Como é bom ver a moralidade Cristã na sua robustez. Se todos os homens vivessem assim, certamente que não haveria qualquer abuso de direitos e discriminação em relação às mulheres. 
(abaixo, imagem de Priscila, uma importante líder Cristã e amiga do Apóstolo São Paulo)

Os feministas seculares concordariam que entre mulheres e homens deve existir igualdade, que as mulheres têm valor e aptidão. O problema é quando perguntamos a estes feministas com que base eles acreditam em tais coisas. Se o materialismo é verdadeiro então não podemos apelar ao facto que homem e mulher possuem alma e a imagem de Deus, pois nem Deus nem alma são materiais. Recorrendo puramente a uma análise materialista do homem e da mulher, não é claro que haja razão para acreditar que são iguais (já que biologicamente são de facto diferentes!), e apelar ao facto de que são da mesma espécie não é suficiente pois considerar espécie ao invés de outra categoria taxonómica como reino (que incluiria todos os animais) parece arbitrário. E claro porque não considerar uma subcategoria taxonómica da espécie como raça para defender o racismo? 
E mesmo que achemos que existe igualdade entre mulheres e homens, porque temos o dever de os tratar sem discriminação arbitrária? Como mostrei no argumento moral, o materialismo não oferece qualquer base para verdades morais e especialmente obrigações morais como "devemos fazer X". É portanto impossível existir um feminismo secular, pois qualquer feminismo pressupõe certas verdades sobre a  Humanidade e princípios morais que não podem ser obtidos sem uma base ontológica e epistemológica numa forma de teísmo e em particular no Cristianismo. 
Concluímos assim que não só o Cristianismo oferece a melhor forma de feminismo, mas também a única possível. 








Os verdadeiros feministas – o falhanço das ideias seculares

Na sociedade actual, de tendências liberais, sistemas relativamente conservadores como o Cristianismo, onde se defende a instituição da família e a santidade do casamento, são acusados de oprimirem as mulheres, negando-lhes certos “direitos básicos” ou criando contra elas preconceitos sem justificação. Por outro lado, os chamados “feministas”, são vistos como os defensores do direito da mulher, rumo a uma sociedade mais livre de igualdade de género. Mas será que esta análise é correcta?
O feminismo é descrito como um movimento que “luta pela igualdade de sexos” e defesa “dos direitos da mulher”. Em primeiro lugar é preciso perguntar exactamente o que significa “igualdade de sexos”, sendo que é óbvio que homens e mulheres não são iguais, pelo menos em termos físicos. E também é verdade que homens e mulheres tendem a ter diferenças psicológicas também, tendo cada um certas vantagens em certas áreas e desvantagens noutras áreas. Devemos então entender o feminismo com sendo o combate à discriminação não justificada entre homens e mulheres. Mas não é todo o tipo de discriminação algo negativo? Obviamente que não: por exemplo se um certo conjunto de indivíduos está a concorrer para um certo emprego é de esperar que o empregador os discrimine baseando-se na sua aptidão para desempenhar a função do trabalho (algo justificado) mas não com base, por exemplo, na sua orientação sexual (algo injustificado). Entendendo o feminismo desta forma então eu proponho que os Cristãos são os mais feministas de toda a sociedade, e portanto vou concentrar a minha crítica não nos feministas (porque eu sou um deles), mas nos chamados feministas seculares, ou seja, aqueles que não se baseiam nas verdades da Fé para elaborar os seus princípios e muitas vezes até as contrariam.
Mas o que defendem então estes feministas seculares? Em primeiro lugar existem muitas iniciativas que os feministas seculares realizaram que foram muito benéficas para a sociedade, como por exemplo o direito das mulheres a votar, a ter um salário igual ao de um homem com as mesmas qualificações, ter direito a licença de maternidade ou protecção contra a violência doméstica. No entanto existem movimentos feminista que oferecem propostas que não só não contribuem de maneira nenhuma para os direitos da mulher, como também contribuem para a descriminação da mulher e para a sua perca de direitos. Os mais flagrantes exemplos são:

·         O aborto: Para muitos feministas seculares o aborto é quase tratado como o centro da sua campanha. Não é a escolha um direito da mulher? Para responder a esta questão precisamos de responder em primeiro lugar a outra questão: será o aborto algo moralmente permissível? Caso não seja, é a sua gravidade tal que devamos proibi-lo? O Cristão sempre tem mantido ao longo dos séculos que o aborto não é moralmente aceitável, sendo que é um atentado à vida. No momento da concepção não é apenas uma célula que se forma mas um ser humano que merece respeito e protecção. O aborto é, na realidade, o assassinato deste ser humano indefeso. Poderá encontrar neste blogue uma defesa mais completa da razão pela qual o aborto é errado. Sendo o aborto portanto um crime contra a vida de alguém indefeso, é paralelo a um homicídio e deve ser condenado pelo governo. Os feministas seculares não só desejam que o aborto seja legal, mas também que o próprio estado facilite a sua prática. Sendo então verdade que o aborto é um crime, como podemos dizer que legalizar e facilitar o aborto protege as mulheres ou lhes dá mais direitos? Seria legalizar o homicídio por parte de uma mulher algo que aumentaria os seus direitos ou a protegeria? Ou seria isso apenas uma maneira de facilitar a mulher a realizar crimes, contribuindo para a destruição não só da sua pessoa mas também da sociedade que a rodeia?

·         A liberalização do sexo: Nada proíbe o materialista de olhar para o sexo apenas como uma maneira de propagação da espécie e de obter prazer físico. Devido a este facto certas correntes feministas extremamente liberais defendem não só a destruição das regras morais tradicionais, que segundo eles oprimem a mulher, mas também chegam ao ponto de defender que trabalhos sexuais como a pornografia e a prostituição devem ser legais. Para eles, a família tradicional não deve ser a estrutura base da sociedade, pois os seus ideais marxistas e anarquistas visam a desconstrução da estrutura social. Assim certos princípios conservadores como o de guardar o sexo para casais realmente apaixonados não faz qualquer sentido e muitos menos guardar o sexo para o casamento... E desta forma a mulher, para se libertar, deve romper com o papel que a sociedade lhe reservou na família e portanto toda a forma de sexo é permitida. Assim, conceitos Bíblicos como imoralidade sexual não fazem qualquer sentido, pois o sexo não tem nenhuma componente moral, é apenas uma maneira de ter prazer físico e deve ser explorado livremente. Tal como é de esperar em qualquer tipo de (i)moralidade baseada em princípios materialistas, estas ideias radicais conduzem à objectificação do ser humano por parte do membro do género oposto (e em particular da mulher por parte do homem), que curiosamente é o centro dos problemas das mulheres na sociedade ocidental de hoje em dia. Ao permitir e até mesmo encorajar as mulheres a vestirem roupas provocantes, serem sexualmente desinibidas e até mesmo a praticar actos sexuais degradantes como orgias e sadomasoquismo a mulher passa a ser vista como um objecto e não como um ser humano que deve ser respeitado. O culminar de tal ideologia é chegar ao ponto de defender a pornografia e a legalização da prostituição, que são o expoente máximo da desumanização da mulher (e do homem!). Estas ideias são tão escandalosas e obviamente condenáveis que dentro do movimento feminista existiram várias vozes a condená-las, por exemplo MacKinon: “A pornografia, através da sua produção e uso, transforma o mundo num espaço pornográfico, […] construindo a realidade social do que é uma mulher […].” (2004). A discórdia neste tópico foi o centro das chamadas “guerras feministas pelo sexo” nos EUA, ao longo das décadas de 70 e 80.


Feministas protestam em "topless"


·         Lei da paridade: Embora este assunto não seja um problema grande, eu considero que a lei da paridade prejudica as mulheres, pois ao exigir que uma certa percentagem de pessoas a ocupar um certo cargo sejam mulheres, está indirectamente a admitir que as mulheres têm uma capacidade naturalmente inferior ao homens! O defensor da lei da paridade poderia objectar que embora mulheres e homens tenham as mesmas capacidades para certas funções, o processo de avaliação é enviesado e discrimina as mulheres. Mas se o problema está na avaliação então ataquemos o problema pela raiz e sejamos mais rigorosos em como escolhemos quem desempenha cada cargo, em vez de criarmos uma discriminação absurda. É precisamente pelo facto de eu acreditar que mulheres e homens têm capacidades semelhantes para muitas funções que eu não posso concordar com uma lei que coloca a mulher como sendo inferior.
Assim concluímos que estas propostas do feminismo secular, em vez de contribuírem para a igualdade de direitos por parte da mulher, aumentam a discriminação existente na sociedade, retiram dignidade à mulher e ainda contribuem para a destruição da sua moralidade e da sociedade que a rodeia. Como um defensor das mulheres e acima de tudo da Humanidade que foi criada por Deus, não posso de forma nenhuma concordar com tais propostas.
Leia neste artigo a razão pela qual os verdadeiros defensores das mulheres e dos seus direitos são os Cristãos, e que para além disso sem uma base teísta é impossível manter uma posição feminista robusta e coerente.







quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O dia do Senhor

Na sociedade de hoje muitos se deixam levar pela ganância do dinheiro, suportando cargas horárias enormes e ficando sem tempo para a sua família, será este um estilo de vida saudável para o Homem e agradável aos olhos de Deus?

Ao ler as condições de certos empregos na área das financas depareime com pessoas que trabalhavam cerca de 80-100 horas por semana, onde não tinham fins de semana, particularmente nas áreas dos bancos de investimento. Uma colega disse-me que chegou a beber 6 red bulls num dia para conseguir trabalhar! É verdade que se ganha muito dinheiro, mas para quê? Como Jesus disse: "De que serve a um homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida? (Mt 16:26). Lembremo-nos que esta vida é importante, mas todos os tesouros materiais que ganhamos nela irão passar (Mt 6:19-20) e que o nosso tesouro nos diz onde está o nosso coração (Mt 6:21) e portanto nao podemos servir a Deus e ao dinheiro (Lc 16:13).



Note-se em primeiro ligar que existem muitas pessoas no mundo que são obrigadas a trabalhar muitas horas porque é a única maneira que têm de pagar as suas despesas, principalmente pais e mães que se sacrificam pelos seus filhos. Tais pessoas não devem ser criticadas, pois na realidade estão a dar a sua vida em favor de outros, como Jesus fez (Mt 20:28). Podemos até encarar o seu trabalho como um sacrifício ao Senhor (Rom 12:1). No entanto até mesmo tais pessoas muito ocupadas devem poder guardar uma hora semanal para ir a igreja ou orar, porque o Senhor ouve o grito dos pobres (Sl 34:6).


No entanto existe outro grupo de pessoas, aqueles que perseguem trabalhos com cargas horárias enormes apenas com o desejo de ganhar muito dinheiro. Observe-se que ganhar muito dinheiro não é em si algo mau, desde que utilizemos este dinheiro para servir, o que pode ser difícil sendo que o dinheiro pode trazer ganância (Lc 21:1-4, Mt 19:24).


Deus não criou o Homem para ser um animal de trabalho, e isto é muito evidente no Antigo Testamento onde Deus cria o Sábado para o Homem descançar, tal como o próprio Deus descançou (Gn 2:3). Jesus no Novo Testamento diz-nos que devemos descançar no Sábado mas não ser escravos do Sábado, pois o o Sábado foi criado precisamente para não sermos escravos! E por isso Jesus cura no Sábado e diz-nos que é o Senhor do Sábado (Mc 2:27-28) porque Jesus é o cumprimento da Lei (Mt 5:17-18) e Ele mostra-nos que o verdadeiro propósito do Sábado (Ex 20:8-11) é ter tempo para nos alegrarmos no Senhor Deus (Sl 37:4) mas também servir o próximo, porque nisto alegraremos o Senhor, e isso faz a nossa oração pura e agradável a Deus (Is 1:11-19, Mt 5:23-24).  Isto acontece precisamente porque toda a Lei pode ser sumarizada nos dois grandes mandamentos (Gl 5:14, Mt 22:35-40, Rm 13:8-10) .