terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Reflectir a Homossexualidade - Compreendendo os Homossexuais

Recentemente a Igreja Católica organizou o Sínodo dos Bispos, onde foram discutidas certas matérias como o divórcio e o casamento de pessoas do mesmo sexo. Sabendo que a Igreja não mudou a sua posição em relação a considerar a homossexualidade um pecado, muitas pessoas reagiram negativamente considerando a Igreja é antiquada e até mesmo homofóbica, e esta crítica não é apenas dirigida à Igreja Católica mas também à grande maioria dos Protestantes (especialmente Evangélicos), bem como Ortodoxos (e basicamente qualquer denominação Cristã mais conservadora).  Segundo o exemplo de Deus, que na Bíblia diz:

“"Venham, vamos reflectir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão.” - Is 1:18 

Proponho a crentes e a não crentes que ao longo deste artigo nos tentemos compreender, e vou começar com uma palavra de compreensão para o leitor homossexual ou crítico da doutrina Cristã nesta matéria, que deve ser também um aviso aos meus irmãos Cristãos:
Em primeiro lugar é preciso compreender que ninguém escolheu ser homossexual, muita gente até daria tudo para não ser, e já houve pessoas que se suicidaram devido à repressão social que sentiam. Se acha que a homossexualidade se escolhe então gostaria de saber quando foi que o leitor escolheu ser heterossexual? Nunca escolheu: simplesmente se sente atraído por pessoas do sexo oposto fisicamente e às vezes até se apaixona por elas. Pois eis que é o mesmo em relação aos homossexuais.
Em segundo lugar, devemos compreender o que os homossexuais devem sentir ao ouvir as palavras, por vezes duras, da Bíblia. Imagine se a Bíblia o proibisse de poder estar com aquela pessoa pela qual você se apaixonou? Para um homossexual a Bíblia parece estar a dizer: “tu és um erro”, e pode ser difícil para este homossexual compreender que pode haver algum amor num texto com esta mensagem. Atenção, digo parece, porque esta não é a mensagem da Bíblia.
Também devemos tocar num ponto importante: hipocrisia. Quantas vezes não ouvimos já falar de pessoas que condenam os homossexuais veemente quando elas próprias andam a abusar sexualmente de crianças? Ou quantos não dedicam a sua vida a pregar passagens que falam de homossexualidade e outras coisas como 1 Cor 6:9-10 mas convenientemente ignoram passagens como Mt 19:21-24, que condenam o luxo e defendem os pobres.
Por último devo dizer que nós Cristãos muitas vezes podemos ser bem duros, e que muitos de nós não espalhámos a mensagem da melhor maneira, como é o exemplo desta imagem:



Escusado será dizer que estes fundamentalistas da Westboro Baptist Church não representam a mensagem de Cristo, mas a verdade é que eles se intitulam Cristãos, e há muitos outros, que embora de maneira menos radical, cometem actos semelhantes. Isto deve fazer com seja pertinente a questão:  será que nós, Cristãos fiéis à Bíblia, não deveríamos perguntar-nos se não temos culpas no cartório? Será que não houve muitas vezes em que em vez de perdoarmos como Jesus fez à mulher adúltera não fomos os primeiros a lançar a primeira pedra (Jo 8:1-11)? Digo mais pessoalmente, será que você que está a ler este artigo não fez já isto?

Peço portanto aos crentes que reflictam nas palavras acima para não caírem no erro de outros e também aos que não estão confortáveis com a proibição que a Bíblia impõe para lerem o próximo artigo com uma mente aberta e tentar ao menos compreender as razões pelas quais os Cristãos consideram a actividade homossexual um pecado.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cristo e os Cristãos - Como seria um Portugal Cristão?

No artigo anterior, mostrei que o nosso Portugal não é Cristão em credo, ou seja, que a maioria das pessoas não crê nas doutrinas Cristãs. Muita gente pode dizer: mas o que interessa isso, se formos boas pessoas? A questão é que o que acreditamos muda muito quem somos. A ideia de que alguém pode ser um Cristão só em credo, ou seja, apenas acreditar nas doutrinas Cristãs, mas não o reflectir na sua vida, é errada, pois a fé sem obras é morta (Tg 2:26). Se alguém realmente acreditar no seu coração que Jesus é o Senhor (Rm 10:9), que veio ao mundo morrer pelos nosso pecados (1 Cor 15:3), para nos dar a vida eterna (Jo 3:16), que nos comanda para amarmos o próximo como a nós mesmos (Mt 22:39), e que diz que seremos seus amigos se fizermos o que nos manda (Jo 15:14), e que ainda nos diz que Ele é cada um desses mais pequeninos que precisam de ajuda (Mt 25:40). Se em Portugal fosse realmente Cristão, que mudanças esperaríamos na sociedade?
  • Não haveria fome nas ruas porque todos dávamos aos pobres, porque víamos Jesus em todas as caras (Mt 25:31-46)
  •  Não haveria adultérios nem traições (Dt 5:18)
  •   Não haveria mentiras (Dt 5:20)
  • Chegar a um cargo alto seria encarado como uma oportunidade de servir e não de ser servido, e portanto não haveria demagogia e a política seria honesta (Mt 20:27)
  • Trataríamos melhor os animais, porque Deus comandou que tratássemos bem da criação (Pr 12:10)
  • Deixaria de ser motivo de orgulho para um homem ser um “garanhão”, e portanto haveria menos machismo, menos desgostos de amor e menos objectivação das mulheres (Mt 5:28), note-se que luxúria consiste na objectivação de outra pessoa para obter prazer
  •  Não haveria guerras, porque o amor não deseja o mal do próximo (Rm 13:10)
  • Abusos de substâncias destruidoras do corpo humano não seriam usadas e haveria muito menos crime, delinquência e as pessoas seriam mais saudáveis (2 Cor7:1)
  • As pessoas iriam desfrutar do vinho, que é uma dádiva de Deus, de maneira controlada, havendo por exemplo muito menos acidentes (Sl 104:14-15, Ef 5:18)
  • Inveja, malícia, cobiça, luxúria seriam inexistentes (Gl 5:19-21)
  • Não haveria objectificação de pessoas, nomeadamente através de pornografia ou prostituição (1 Cor 6:13)
  • Não haveria racismo (Gl 3:28)
  • Ao contrário do que muitos pensam, as relações seriam mais abertas: como não existia o sentido de ser garanhão, um homem podia dizer a uma mulher abertamente que a amava sem “jogar o jogo da sedução”, que hoje em dia consiste em fazer a mulher pensar que a desprezamos para que ela comece a sentir uma paixão por nós. Desta forma, os casamentos seriam mais cedo e sempre em amor. (Ef 5:25)
  • Para além de haver menos gente na prisão, os que lá estavam iam ser ajudados e reabilitados porque neles vemos Jesus. (Mt 25:36)
  • Ninguém iria deixar os seus pais sozinhos a morrer na velhice, porque honraríamos pai e mãe até morrer. (Dt 5:16)
  • Embora possa haver muito sofrimento também na caminhada do Cristão, seríamos mais felizes , porque Deus promete grande alegria para os que o seguem (1 Pedro 1:8)
  • Havia mais verdade, porque a partir do momento que um homem reconhece ser pecador perante Deus e irmão, ele tem mais capacidade em admitir as suas faltas em público e menos necessidade de mentir (Lc 18:13-14)
  • Haveria sempre lugar ao perdão, pois um Cristão sabe que o perdão é a base de tudo, porque sem o perdão de Cristo nada era (Lc 17:3-4)


Repare que em muitos sectores da sociedade os problemas seriam resolvidos:
  • Educação (haveria respeito por professores, obediência e também profissionalismo por parte dos professores, para além disso o estudo científico é um acto de adoração)
  • Justiça (seria muito mais eficaz, porque Deus comanda para julgar com justiça)
  • Pobreza (seria quase inexistente)
  • Corrupção (seria impossível pois Deus comanda para sermos justos, verdadeiros, honestos e amarmos o próximo)

É preciso compreender que o Reino dos Céus não é deste mundo (Jo 18:36) e portanto a maneira de chegar a esta realidade não é mudando o exterior e o poder do estado, mas o coração de cada um de nós (Lc 17:21), portanto quem estiver a pensar em utopias de um “Estado Cristão” que se lembre disto. Mas temos de nos lembrar também que o grande objectivo do Cristão não é simplesmente Evangelizar para mudar a maneira como o mundo funciona, mas sim mudar o interior de cada um (Salvação), e através disso verá o mundo mudado (como efeito secundário).
E isto relaciona-se com talvez a maior mudança na sociedade: mesmo que todos fossemos Cristãos, seríamos ainda pecadores (1 Jo 1:8), e iríamos violar os princípios acima várias vezes ao longo da nossa vida, no entanto para além de o fazermos muito menos vezes que no nosso anterior estado não Cristão, sempre que os violássemos teríamos a humildade de pedir perdão a Deus e ao nosso irmão, e depois de reparar o dano feito. Se pretende também uma sociedade melhor como a descrita a cima, um aperitivo do Céu, junte-se a Jesus e a mim por este projecto. Mas lembre-se, a santidade e o por de lado o nosso ser corrompido só é possível com a ajuda do Espírito Santo (1 Cor 12:13), e para isso é preciso arrependimento e perdão dos pecados, que Jesus nos proporciona pela sua morte e Ressurreição. Portanto antes de mudar o mundo, mude-se a si mesmo!