terça-feira, 15 de dezembro de 2015

13 de Dezembro - Os Céus vêm à Terra

Primeira Leitura - Sf 3:14-18

Canta, ó cidade de Sião; exulta, ó Israel! Alegre-se, regozije-se de todo o coração, ó cidade de Jerusalém! O Senhor anulou a sentença contra ti, ele fez retroceder os teus inimigos.

O Senhor, o Rei de Israel, está em seu meio; nunca mais você temerá perigo algum. Naquele dia, dirão a Jerusalém: "Não temas, ó Sião; não deixe suas mãos enfraquecerem. O Senhor, o seu Deus, está em teu meio, poderoso para salvar.
Ele regozijar-se-á em ti; com o seu amor te renovará, ele se regozijará em ti com brados de alegria".
"Eu ajuntarei os que choram pelas festas fixas, os que se afastaram de vós, para que isso não mais pese como ­vergonha para vós."
Lemos aqui a profecia de Sofonias, que viveu num tempo em que Judá era cobiçada pelos poderes estrangeiros, o Egito e a Assíria. A grande promessa de Deus não é que vai destruir a Terra e levar toda a gente para o Céu mas sim que o Céu descerá sobre a Terra, Deus promete inundar o seu povo com a sua presença salvadora. Já parámos para pensar que Deus se regozija em nós, e com brados de alegria? Nós um ser tão pequeno e pecador, tão amados por um ser tão grande e santo. Mas é mesmo por Ele ser grande e Santo que ele nos ama, pois a grandeza de Deus manifesta-se na sua proximidade connosco. 

Responsório - Is 12:2-6
Gritem bem alto e cantem de alegria, habitantes de Sião, pois grande é o Santo de Israel no vosso meio.
Mais uma vez aqui vemos este tema repetido, Deus vem à Terrra. Mais uma vez quero frisar, e agora nas palavras do teólogo e bispo anglicano NT Wright:
“A Ressureição de Jesus é o princípio do novo plano de Deus não para levar as pessoas para fora da Terra mas sim para colonizar a terra com a vida do Céu."
em Surprised by Hope: Rethinking Heaven, the Resurrection, and the Mission of the Church 

 Se lermos a passagem toda devemos reparar que Isaías a "anunciar entre as Nações" os feitos de Deus. Porquê, não só para glorificar o nome de Deus mas também porque os feitos de Deus são a boa nova para todas as nações.

Segunda Leitura - Fl 4:4-7
Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.
Muitas vezes temos a ideia dos Cristãos como tristes que estão sempre a pensar nos pecados que cometeram e a fazer penitências, ou então a lamentar-se por tudo o que na vida não podem fazer livremente e sem restrições (sexo, álcool, drogas, etc). Mas esta imagem do Cristão não é a imagem Bíblica. Talvez este problema já existisse nos tempos de São Paulo, pois vemos como ele repete para nos alegrarmos. Mas não é só para nos alegrarmos, pois podemos não coisas na nossa vida com que nos alegrar: alguns de nós podem estar doentes ou ter familiares doentes, outros com dificuldades financeiras ou outros com problemas sociais. São Paulo exorta-nos a alegrar-mo-nos não em abstrato, mas em concreto no Senhor. Pois as dificuldades da vida podem bater a porta de qualquer um e não sabemos quem está sem elas, mas qualquer Cristão se pode alegrar no Senhor, pois o Senhor não abandona nenhum daqueles que deposita em si a sua confiança, e com Ele vem a Sua paz, que como o apóstolo diz, "supera todo o entendimento".


Evangelho - Lc 3:10-18
"O que devemos fazer então?", perguntavam as multidões. João respondia: "Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo". Alguns publicanos também vieram para serem batizados. Eles perguntaram: "Mestre, o que devemos fazer?" Ele respondeu: "Não cobrem nada além do que foi estipulado". Então alguns soldados lhe perguntaram: "E nós, o que devemos fazer?" Ele respondeu: "Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário". O povo estava em grande expectativa, questionando em seu coração se acaso João não seria o Cristo. João respondeu a todos: "Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão, a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga". E com muitas outras palavras João exortava o povo e lhe pregava as boas-novas.
João foi aquele que anunciou a vinda de Jesus, ou como o texto diz, "as boas novas". João dava conselhos, respondendo à questão "o que devemos fazer". Um pormenor que vemos aqui é que João não ordenou aos soldados para deixarem de ser soldados, mostrando que por vezes a força é necessária para manter a ordem e em certos ofícios, ou talvez para salvar alguém de perigo, mas claro sem nunca nos esquecermos das palavras de Jesus que falam em dar a outra e amar o próximo como a nós mesmos. Mas o Cristianismo, embora os tenha, não é uma religião de bons conselhos, mas de boas notícias. Deus não nos diz o que devemos de fazer para chegar ao Céu, mas Ele faz por nós, e nós devemos apenas receber a sua oferta. Jesus dá-nos o batismo do Espírito Santo, que nos dá verdadeiro poder sobre a Criação para sermos os trabalhadores de Deus no mundo e executarmos a Sua vontade. Chegará o dia em que Deus mandará ceifar a Sua ceara, e nesse dia separá o trigo do joio, aqueles que receberam a Sua oferta e querem viver para sempre na Sua companhia e aqueles que, rejeitando a oferta de Deus, se separam d'Ele. E você, onde quer estar? No celeiro de Deus? O trabalho já está feito e pronto para ser recebido por si, e se o receber pode conhecer Deus pessoalmente, como um filho conhece um pai e um amigo conhece um amigo. Jesus vem aí, e Ele está de braços abertos para o receber.

Sem comentários:

Enviar um comentário